segunda-feira, 9 de abril de 2007

Pinochios

Era de manhã e a chuva fustigava a vidraça, o resfolegar do vento ecoa agora na velha casa.
Sentado está Pinochio.
Levantando-se saiu.
Caminhou, trôpego e variado, desastrado, até à casa em frente à sua e lá encontrou Pinochio, logo lhe perguntou:
- Sabes quem é o meu pai?
Como este não sabia responder partiram os dois até um prédio paralelo. Aí encontraram Pinochio e logo lhe perguntaram:
- Sabes quem é o nosso pai?
Como este não sabia responder partiram os três até à casa com o quintal grande, aí encontraram Pinochio e perguntaram-lhe:
- Sabes que é o nosso pai?
Como este não sabia responder, partiram os quatro até à casa branca com uma árvore grande à frente, aí encontraram Pinochio e logo lhe perguntaram:
- Sabes quem é o nosso pai?
Como este não sabia responder, partiram os cinco até á primeira casa da rua seguinte, que era uma casa triste e monótona, sem vida, aí encontraram Pinochio e logo lhe perguntaram:
- Sabes quem é o nosso pai?
Como este não sabia responder partiram os seis até à próxima casa e aí encontraram Pinochio e logo lhe perguntaram:
- Sabes quem é o nosso pai?
Como este não sabia responder e, já cansados, os sete sentaram-se à volta de uma velha árvore, e um deles já exausto pergunta a todos:
- Quem é o nosso pai?
E a árvore estremeceu.

2 comentários:

Yvette Centeno disse...

Caro Henrique,
Ler é um caminho, escrever é a salvação...
Lerei os seus contos com prazer, mas prefiro ler em print.
Pode mandar por correio para Av. Visconde Valmor 70, 2 andar, 1050-242 Lisboa.
Boa escrita,
Y.C.

João Zarro disse...

Eu acho que isto ficava mesmo a matar com 8 pinochios. 7 acho pouco e é número ímpar...